A inteligência emocional é a capacidade de compreender e gerenciar suas próprias emoções, bem como as emoções dos outros. É uma habilidade importante para todos os aspectos da vida, incluindo relacionamentos, trabalho e escola.
No século 21, a convivência humana tornou-se cada vez mais complexa. Estamos constantemente expostos a diferentes culturas, perspectivas e pontos de vista. Isso pode levar a conflitos e mal-entendidos.
O autor Robert Sapolski escreveu uma analogia entre as zebras e os seres humanos. As zebras, ao sentirem a proximidade de um leão, correm e fogem. Mas, se uma delas for a presa do leão, as zebras voltam a se alimentar naturalmente, pois sabem que o caçador está alimentado e provavelmente deitado fazendo a digestão.
Essa analogia é usada para ilustrar a importância de saber lidar com as emoções. Os seres humanos também precisam saber como lidar com o estresse e as frustrações da vida cotidiana. A inteligência emocional nos ajuda a fazer isso de forma saudável e eficaz.
Diferença entre emoções e sentimentos
As emoções são padrões de percepções sensoriais desencadeadas por estímulos internos ou externos. Elas são acompanhadas de mudanças fisiológicas, como alterações na frequência cardíaca, respiração e pressão arterial.
No caso do medo, por exemplo, o coração dispara em resposta à liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina. Esses hormônios preparam o corpo para uma resposta de luta ou fuga. No caso do enjoo, o odor desagradável estimula o cérebro a liberar substâncias que provocam náuseas.
Os sentimentos, por outro lado, são experiências subjetivas que são influenciadas por fatores pessoais, como nossas crenças, valores e experiências. Eles podem ser positivos ou negativos, e podem ser expressos de diferentes maneiras.
No caso da raiva, por exemplo, uma pessoa pode expressá-la gritando, ameaçando, chorando ou fugindo. A maneira como ele é expressa depende de fatores como a personalidade da pessoa, a situação que desencadeou a raiva e as expectativas sociais.
Portanto, podemos dizer que as emoções são o que sentimos, enquanto os sentimentos são como sentimos. As emoções são universais, enquanto os sentimentos são únicos para cada pessoa.
Pilares da inteligência emocional
A inteligência emocional é a capacidade de compreender e gerenciar suas próprias emoções, bem como as emoções dos outros. Daniel Goleman, neurocientista, nos apresenta os quatro pilares da inteligência emocional:
Autoconhecimento: Saber o que você está sentindo e como isso afeta você.
Autogestão: Ser capaz de regular suas emoções e comportamentos.
Consciência social: Ser capaz de compreender as emoções dos outros.
Habilidades de relacionamento: Ser capaz de construir e manter relacionamentos positivos.
Utilizando a inteligência emocional
Como a inteligência emocional pode nos ajudar a lidar com as complexidades da convivência no século 21?
Na compreensão de diferenças culturais: ajuda a entender como as pessoas de diferentes culturas podem expressar suas emoções de maneiras diferentes.
Na resolução de conflitos: ajuda a entender o ponto de vista da outra pessoa e a encontrar soluções mutuamente aceitáveis.
Na construção de relacionamentos: ajuda a conectar-nos com os outros de forma profunda e significativa.
No trabalho:
Para lidar com o estresse: pode ajudar a identificar e gerenciar o estresse de forma eficaz. Isso pode incluir técnicas como respiração profunda, meditação ou exercício físico.
Para resolver conflitos: pode ajudar a entender o ponto de vista da outra pessoa e encontrar soluções mutuamente aceitáveis.
Para construir relacionamentos: pode ajudar a se conectar com os outros de forma profunda e significativa.
No relacionamento:
Para melhorar a comunicação: pode ajudar a expressar emoções de forma clara e assertiva, e a ouvir e entender as emoções do outro.
Para resolver conflitos: pode ajudar a compreender o ponto de vista do outro e encontrar soluções mutuamente aceitáveis.
Para construir intimidade: pode ajudar a se conectar com o outro em um nível mais profundo.
Na vida pessoal:
Para lidar com emoções negativas: pode ajudar a identificar e gerenciar emoções negativas como raiva, tristeza ou ansiedade.
Para tomar decisões: pode ajudar a tomar decisões mais acertadas levando em consideração seus sentimentos e os sentimentos dos outros.
Para lidar com mudanças: pode ajudar a lidar com mudanças de forma mais eficaz.
Usando a inteligência emocional no cotidiano
Aqui estão alguns exemplos específicos de como a inteligência emocional pode ser usada em situações cotidianas:
Imagine que você está atrasado para um compromisso importante. Você pode usar sua inteligência emocional para:
Identificar que você está se sentindo ansioso ou estressado.
Respirar fundo e se acalmar.
Planejar uma estratégia para chegar ao seu destino a tempo.
Avisar a pessoa com quem você tem o compromisso de que você está atrasado.
Imagine que você está em um conflito com um colega de trabalho. Você pode usar sua inteligência emocional para:
Identificar as emoções que você e o outro estão sentindo.
Ouvir o ponto de vista do outro com empatia.
Buscar uma solução que atenda às necessidades de ambos.
Imagine que você está se sentindo triste ou solitário. Você pode usar sua inteligência emocional para:
Identificar a emoção que você está sentindo.
Conectar-se com alguém que você ama ou confia.
Fazer algo que você gosta.
É importante lembrar que a inteligência emocional é uma habilidade que aprendemos desde muito cedo, ainda na infância, com o exemplo do meio em que vivemos e precisa ser desenvolvida com a prática.
Existem muitos recursos disponíveis para ajudá-lo a aprender mais sobre inteligência emocional. A melhor maneira de desenvolver sua inteligência emocional é praticar e entender que o desenvolvimento é um processo contínuo.
Por Sheyla Baumworcel
Psicopedagoga especialista em Neuroaprendizagem e Cognição. Autora dos livros “Dicionário Amoroso de Valores” e “Livro da Vida – pensar, sentir e se emocionar”.
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