Setembro é um mês dedicado a sensibilizar as pessoas sobre o suicídio, bem promover ações para ajudar a preveni-lo. Essa é uma iniciativa promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, tem como propósito informar a população sobre os perigos das doenças psicológicas e como elas podem afetar a vida das pessoas.
Conforme dados da OMS e do Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens brasileiros com idades de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência entre eles.
Dentro deste cenário, cerca de 97% dos casos de suicídio têm relação com transtornos mentais, e a depressão está em primeiro lugar. Para ajudar a identificar quando essa doença começa a se manifestar, o neurocirurgião e neurocientista Dr. Fernando Gomes destaca os três principais sinais de alerta sobre esse transtorno mental. Confira!
1. Alteração no humor por pelo menos 2 semanas
Quando o estado de humor se altera de forma persistente e diferente do temperamento normal da pessoa, fazendo ela se sentir para baixo e sem esperança na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos 2 semanas, pode estar ocorrendo uma desregulação cerebral de áreas relacionadas ao humor, impulsos e energia.
Esse quadro pode ser engatilhado por algum evento negativo na vida da pessoa ou pode aparecer espontaneamente, não importa muito se o quadro apresentou algum fator desencadeante para o problema. Isso acontece porque a depressão pode afetar até mesmo pessoas que não passaram por situações difíceis ou negativas na vida.
“A diferença é que se a pessoa não tem predisposição a essa oscilação de alta e queda de energia, o cérebro se adapta a situação estressora sem alterar seu funcionamento, ao passo que, no depressivo, a vivência de estresse e tristeza normalmente se prolonga para um quadro persistente e distorcido que compõe junto com outros sintomas que denominados de depressão”, diz Dr. Fernando Gomes.
2. Cansaço excessivo
Os níveis de energia da pessoa afetada pela depressão caem rapidamente e ela se torna fadigada e sem forças, mesmo estando descansada e sem ter feito muita coisa. Além disso, essa sensação é persistente. “Tudo isso porque tanto a energia quanto à disposição física estão no cérebro, o órgão responsável por fornecer o vigor físico; e com a depressão isso fica reduzido”, explica o médico.
3. Sem vontade nem para falar
Os impulsos e a vontade de fazer até o que se mais gosta ficam reduzidas. A indecisão e a capacidade de tomar decisão também vêm à tona, assim como o isolamento, a falta de planos e a ausência de vontade para falar, interagir, se divertir, fazer exercícios e até para viver são alguns dos sintomas mais comuns.
Esses sinais sugerem que a pessoa necessita de ajuda médica, pois ela não se sente bem devido a esses sentimentos e enfrenta dificuldades para superá-los. “O principal a entender é que pessoas com depressão devem ser tratadas como doentes, assim como aquelas que sofrem de qualquer outra doença física. A única diferença é que depressão não é visível, como um pé quebrado […]”, completa o neurocirurgião.
Por Mayra Barreto Cinel
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