Com quase 5 milhões de seguidores no Instagram (e mais alguns milhões no TikTok), o chef confeiteiro francês Cédric Grolet se transformou em uma verdadeira celebridade nas redes sociais. Os vídeos em que aparece preparando sobremesas lindas e cheias de cores viraram um fenômeno.
Não é para menos. Em um dos mais visualizados (60 milhões de views), ele prepara seu famoso “pain chocolat chaud” do princípio: Grolet aparece cortando e moldando a massa folhada, que depois vai ao forno já em formato redondo recheada de chocolate e sai de lá dourada e pronta para comer. Em uma mesa repleta de pain au chocolat, alguém traz uma xícara de chocolate quente e ele parte a massa e mergulha dentro da xícara.
A fórmula se repete nos outros vídeos: takes curtos, preparos detalhados, closes no melhor estilo food porn — caldas brilhantes, panelas borbulhando, chocolate derretido, tudo em grande escala (uma torta de framboesa, por exemplo, cobre o diâmetro de uma mesa inteira). Tudo docemente irresistível.
A fama de Grolet, no entanto, começou antes mesmo do boom das redes sociais. Como o mais celebrado chef de patisserie de Paris (o que significa ser o mais celebrado chef de pâtisserie do mundo!), ele ganhou fama e admiração por suas criações no luxuosíssimo hotel Le Meurice (que tem o famoso chef Alain Ducasse como chef executivo).
Foi ali que o chef, reconhecido como o Melhor Chef Pâtissier do Mundo pelo ranking gastronômico “The World’s 50 Best Awards” em 2018, ficou famoso sobretudo por moldar suas sobremesas de frutas a mão: coloridas e instigantes versões trompe-l’oeil esculpidas em formato de maçãs, pêssegos e mangas feitas de compotas, geleias e ganaches. Nos salões do hotel, suas sobremesas eram exclusivas, para poucos.
O frenesi que elas geraram, entretanto, fez acender um alerta: uma pâtisserie de rua poderia atrair uma clientela mais vasta — e gerar muito lucro, claro. As filas que começaram a se formar logo na primeira semana de abertura, em 2018, comprovaram a aposta. Ao lado da rue de Rue de Castiglione, há clientes que esperam mais de uma hora para conseguir comprar uma maçã que custa mais de € 20.
“€ 20 por um doce?”, me perguntam. Eu digo que vale cada centavo investido. O trabalho de Grolet é de artesão: uma fruta dessas pode levar 12 horas para ficar pronta. A geleia é feita com a fruta natural, cozinhando lentamente na panela; depois, uma mousse leve recobre o recheio e uma cobertura de chocolate branco com manteiga de cacau ajuda a dar forma às suas criações. Na finalização, tudo é moldado ou pintado à mão, para parecer o mais real possível.
O talo da maçã, por exemplo, só é colocado na hora da compra: de luvas brancas, uma atendente apanha o talo feito de chocolate com uma pinça e o insere exatamente no buraco superior da fruta, dando o toque final. Depois, abre uma caixa dourada, acomoda a maçã ali dentro e finaliza com um laço, antes de colocar numa linda sacola. A experiência é a de visitar uma joalheria: é uma pâtisserie boutique, como só poderia existir em Paris.
O sucesso de Grolet levou o chef a expandir seu império. Primeiro por Paris, com a primeira loja no Quartier de la Place-Vendôme (35 avenue de l’Opéra), mas também em Londres (no hotel The Berkeley). Em ambas, ele vende pães, croissants e principalmente tortas milimetricamente montadas de chocolate, frutas e castanhas com camadas de cremes, mousses e pastas (as frutas são exclusividade do Le Meurice).
As filas são as mesmas — os preços também, claro. Mas visitar um de seus negócios se transformou em um cartão-postal tão habitual em Paris quanto as vistas da Torre Eiffel, a fachada gótica da Notre Dame, os boulevards ladeados de árvores ou a arquitetura art nouveau dos prédios da cidade. A maçã (e outras criações) de Grolet pode ser um tanto proibitiva, mas é uma dentada que nos lembra por que estar na capital francesa pode ser tão docemente especial.
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