Dizem que amor de verão não sobre a serra e tendo a concordar: quando conheci Ubatuba, em 2011, foi paixão avassaladora. Desde então, concilio um vida dupla com a capital paulista, morando lá e cá. Ubatuba é daqueles destinos onde sempre há um cantinho novo por ser descoberto. Ainda que carregue a reputação de capital brasileira do surfe, a cidade também merece entrar no roteiro das famílias, dos aventureiros e de quem busca sossego. Afinal, ela abriga nada menos do que 102 praias, além de ilhas, trilhas e cachoeiras espalhadas por mais de cem quilômetros de costa e exuberante Mata Atlântica. No guia a seguir, trago um panorama geral dos atrativos naturais junto com hotéis, restaurantes, dicas – e também alguns dos meus lugares favoritos. Ao final, você encontra um mapa com tudo o que foi citado ao longo do texto.
COMO CHEGAR EM UBATUBA DE CARRO
Para quem vem de carro de São Paulo, existem duas vias. Pela rodovia dos Tamoios (SP-099) são 225 quilômetros via Caraguatatuba e chega-se em Ubatuba pelo limite sul, a praia da Maranduba, que fica a 30 quilômetros do centro. A outra rota, que costuma ser menos movimentada, é pela rodovia Oswaldo Cruz (232 quilômetros), que atravessa a região do Vale do Paraíba e chega no centro de Ubatuba depois de oito quilômetros de uma serra sinuosa e sem acostamento. Em ambos os caminhos, a viagem, sem trânsito, dura em média três horas e meia. Baseie a escolha a partir do seu destino: vai se hospedar em praias ao sul? Vá pela Tamoios! Para praias do norte ou na região central, a melhor opção é a Oswaldo Cruz. Durante a alta temporada, as duas vias ficam super congestionadas e o melhor é acompanhar as condições das rodovias pelo Twitter do Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo. Quem for acostumado a dirigir à noite, a pedida é sair de madrugada quando o fluxo tende a ser bem menor e, de quebra, há chances de pegar o nascer do sol na chegada.
COMO CHEGAR EM UBATUBA DE ÔNIBUS
Para ir de ônibus, a única viação que chega a Ubatuba a partir de São Paulo é a Pássaro Marron. O trajeto é pela rodovia dos Tamoios e o desembarque é na rodoviária Litorânea, no centro, mas é possível pedir ao motorista para descer no acostamento junto às praias do sul – a viagem dura cerca de 5 horas e o ônibus pinga diversas vezes no trecho entre Caraguá e Ubatuba. Há oito saídas diárias do terminal rodoviário do Tietê e a passagem custa em torno de R$ 90. Outra opção muito difundida são as caronas compartilhadas pelo aplicativo Bla Bla Car, que custam em média R$ 60.
Quem sai do Rio de Janeiro, o caminho é pela rodovia Governador Mário Covas ou pela rodovia Presidente Dutra até a SP-099 ou SP-125. De ônibus, a viação Útil tem duas saídas diárias, a viagem dura cerca de cinco horas e custa R$134.
– Curtir a infra de Toninhas em família
– Esticar a canga na Vermelha do Centro em dia de muito trânsito
– Lagartear junto à Cachoeira do Prumirim
– Nadar na Ilha dos Porcos sem (quase) ninguém
– Passar um dia “Largados e Pelados” no Puruba
– “Descobrir” a praia do Léo (e não espalhar)
COMO CIRCULAR POR UBATUBA
Antes de tudo, é preciso entender a disposição geográfica da cidade: a partir do centro de Ubatuba há 30 praias no sentido norte, rumo à Paraty, e outras 92 praias no sentido sul, rumo à Caraguatatuba. Todas elas são cortadas pela rodovia Rio-Santos. A região central concentra toda a estrutura da cidade (hospital, farmácias, mercados, lojas).
Devido a grande extensão da costa, o ideal é estar de carro, mas essa não é a única possibilidade. A empresa de ônibus VerdeBus tem duas linhas: uma para o norte e outra para o sul, passando por todas as praias. A maioria dos pontos de embarque e desembarque fica no acostamento da rodovia. Não planeje sua viagem contando com táxis e carros por aplicativos – a oferta é irrisória. As ciclovias na região central fazem da bike o meio de transporte preferido pelos moradores, mas para chegar até as melhores praias fora do perímetro urbano a única opção é pedalar pelo acostamento, o que é contraindicado.
Na alta temporada, de dezembro a fevereiro, o trânsito é dos mais lentos. Um exemplo? Não é raro que se leve até 3 horas para vencer os 12 quilômetros que separam o centro de Ubatuba e Itamambuca, uma das praias mais famosas. Nessa época, o melhor é usar como base alguma praia fora do núcleo urbano. Na baixa temporada e em dias de semana, o central bairro do Itaguá é o ideal para usar como base, principalmente para quem vai de carro. A praia é imprópria para banho, mas ali está a maioria das hospedagens, restaurantes, lojas, baladas, mercados e o único hospital. Sem trânsito, você consegue passar o dia nas praias do norte ou do sul e voltar no fim do dia, sem passar raiva em congestionamentos.
QUANDO IR PARA UBATUBA
A proximidade com a Serra do Mar faz de Ubatuba uma região chuvosa o ano inteiro – o apelido “Ubachuva” não é a toa. O verão é bastante quente e ensolarado, mas as pancadas de chuvas são comuns, principalmente pela manhã. Mesmo no inverno as temperaturas são amenas, o que não impede o mergulho nem banho de sol – é também no meio do ano que quebram as maiores ondas, atraindo surfistas. De dezembro a fevereiro tudo fica mais caro.
Em 2023, Ubatuba completou 386 anos e sua história é marcada por lendas e tradições. As principais festas da cidade são a de São Pedro Pescador, em junho, e a do Divino Espírito Santo, em julho. O festival de São Pedro, celebrado na praça de eventos, resgata as tradições caiçaras e na ocasião é servido dois pratos típicos: a tainha na brasa e o azul marinho com pirão. Já durante a Folia do Divino acontecem apresentações do fandango caiçara por várias praias e a celebração final é na praça da Igreja Matriz, com missas, shows e barracas de comidas.
O QUE FAZER EM UBATUBA COM CHUVA
Nos dias de “Ubachuva”, o Aquário de Ubatuba e o Projeto Tamar, ambos no bairro do Itaguá, são as duas atrações mais procuradas – o que resulta em enormes filas. Uma boa pedida para fugir da superlotação é o Museu da Vida Marinha, no Perequê-Açu. Inaugurado em 2021, o lugar garante um passeio divertido e educativo sobre a evolução dos animais marinhos. Outra opção não habitual entre visitantes, mas que vale a pena, é o Teatro Municipal de Ubatuba, que recebe shows e peças de teatro infantil e adulto.
Uma publicação compartilhada por Aquário de Ubatuba (@aquariodeubatuba.oficial)
PRAIAS DE UBATUBA
Praias perto do centro
O Perequê-Açu, a 8 km do Itaguá, está colado ao centro de Ubatuba e dispõe de diversos quiosques, ciclovia, estacionamento e o mar é calmo na maior parte do ano. A Vermelha do Centro, apelidada de “vermelinha”, é uma pequena praia que fica ao lado da Praia Grande. O mar, por ser de tombo, não é recomendado para nadar, mas as árvores garantem muita sombra. Ela fica a menos de dez minutos do Itaguá e é a minha favorita para o dia a dia: pego minha bike, canga, garrafa de água e vou até o canto esquerdo (esse da foto abaixo), que, além de mais vazio, tem uma pequena ducha de água natural escondida entre as pedras. Durante a temporada, estacionar o carro perto do Cedrinho, ao lado da Vermelha do Centro, é um desafio: o caminho é estreito, íngreme e exige uma trilha de média dificuldade de cinco minutos para chegar na areia. Ainda assim, o visual compensa muito! Lá, há um quiosque que serve porções e pastéis e mais um pequeno rancho de pescador que vende água de coco e milho cozido.
Praias com águas calmas e com infra fora do núcleo urbano
A Barra Seca, 10 km ao norte do Itaguá, tem um manguezal que garante a diversão da garotada e vários criadouros de mexilhões. Ao sul, a 11 km do Itaguá, a praia das Toninhas é bastante movimentada, tem diversos hotéis, mar tranquilo e boa estrutura de quiosques. Mais 8 quilômetros ao sul, o Lázaro é uma Toninhas triplicada no quesito quiosques e conta também com muitos estacionamentos, aluguel de cadeira e guarda-sol, pranchas, banana boat, pula-pula aquático e por aí vai. A vizinha Domingas Dias é um Lázaro sem tanta farofa. Tem menos quiosques, é mais abrigada e o mar é uma piscina também.
Entre a Praia Vermelha do Norte e a Praia do Alto, no sentido norte, há uma das vistas mais lindas de Ubatuba, faça uma paradinha para admirar. Ao lado sul, o mirante entre a Praia Grande e a Toninhas também oferece uma vista linda e ainda tem um quiosque com porções de peixes, frutos do mar e rã.
Pôr do sol da Praia das Toninhas.iago-godoy/Unsplash
Praias para relaxar com pouca infra (ou nenhuma)
Aqui vai uma praia queridinha, inclusive dessa que vos escreve: o Puruba. Chegar até lá não é tão simples, mas todo o esforço vale a pena: são 30 km de carro do Itaguá pela Rio-Santos rumo ao norte, mais dois quilômetros de estrada de terra até a Vila do Puruba, onde é preciso deixar o carro em um estacionamento e atravessar um rio de águas esverdeadas. Na temporada, barqueiros ficam à postos para fazer a travessia de canoa. Se a maré não estiver muito alta, dá para ir a pé: são menos de dez minutos de caminhada com água acima da cintura. A praia não tem quiosque, mas os restaurantes da vila servem bons PFs.
Cerca de 20 quilômetros adiante está Picinguaba, no limite norte de Ubatuba, quase vizinha à Paraty (aliás, é bem comum que visitantes da cidade colonial fluminense venham passar o dia ali). A praia tem cerca de 3 quilômetros de areia batida e faz parte do Núcleo Picinguaba, uma área de preservação ambiental. O núcleo oferece passeios pelos quilombos da região e trilhas monitoradas.
Entre Puruba e Picinguaba fica a praia da Almada. A estrada até lá é cênica: de suas curvas há vista panorâmica para Ubatumirim e Estaleiro. A Almada é uma das praias mais movimentadas do norte, com vários quiosques, sombra e mar calmo. Vizinha a ela, e separada por uma escadaria e um morrinho, está a praia do Engenho. Siga as placas que indiquem Brava da Almada, praia que se chega por uma trilha de uns 10 minutos, um pouco íngreme no início, mas que reserva areias totalmente selvagens e um mar que faz jus ao nome (melhor apenas contemplar).
Já voltando para o centro, seis quilômetros antes do Puruba, entre Prumirim e a Praia do Meio, está a pequenininha Praia do Léo, sem placa que a indique (use o Google Maps pra garantir). É quase um segredo bem guardado. É preciso estacionar o carro, pegar uma trilha de uns 500 metros até a areia para então dar de cara com as águas cristalinas e apenas um quiosque que abre de vez em nunca.
Voltando para o centro e 23 quilômetros ao sul fica a Vermelha do Sul, delimitada por um condomínio de casas incríveis – por esse motivo ela é também conhecida como “praia dos arquitetos”. A pequena faixa de areia não tem qualquer tipo de comércio e as regras do condomínio impedem caixas de som – aleluia! – e também animais de estimação. O acesso é feito pela Praia Dura.
A Praia Vermelha do Sul, também chamada de “praia dos arquitetos”, fica dentro de um condomínio de casas.Duda Vasconcellos/Arquivo pessoal
Praias para surfar
Todos os holofotes se voltam para Itamambuca, a mais desejada no quesito ondas. A praia, 15 quilômetros ao norte do centro, está delimitada por um condomínio de casas, mas o acesso é livre e está dividida em 31 ruazinhas. A praia combina ondas, rio e até uma pequena cachoeira escondida no final da rua 30. O encontro do rio com o mar, no lado direito, forma uma “piscininha” para a garotada (em algumas épocas pode ficar imprópria para banho). No lado ímpar, sempre mais movimentado, fica o maior resort da cidade, o Eco Resort, e os três únicos quiosques.
A 5 quilômetros ao norte de Itamambuca, outro reduto do surfe é a praia do Félix, que também fica dentro de um condomínio com acesso livre. Ondas tubulares quebram no lado esquerdo; o lado direito é mais tranquilo e dali parte uma curta trilha sobre as pedras (um pouco perigosa para crianças e idosos) e que vai até a Praia do Português, que ganhou fama nas redes sociais nos últimos tempos por sua baía diminuta que some e aparece ao sabor das marés – evite quando ela estiver alta; veja aqui um vídeo da Praia do Português.
Voltando ao centro e destoando da atmosfera “good vibes”, a Praia Grande tem uma orla cheia de prédios e uma quantidade insana de quiosques. O lugar costuma encher, inclusive de surfistas. Nos dois cantos da faixa de areia – no Baguari, do lado esquerdo, e no Rock Point, do lado direito – quebram ondas durante todo o ano: o crowd na água é garantido. Som alto, muvuca, cheiro de fritura e trânsito também.
A 15 quilômetros ao sul do centro, a Sununga é uma praia de tombo onde quebram ondas imensas e reúne adeptos do skimboard, prancha também conhecida como sonrisal que a galera “dropa” na beirinha (veja o vídeo abaixo). Algumas etapas do Circuito Brasileiro de Skimboard acontecem anualmente ali. Outro hit da Sununga é a lindíssima Gruta que Chora, que recebe esse nome por ter gotas de água pingando do teto constantemente.
As ondas da laje do Patieiro estão entre as 10 maiores do Brasil, chegando a 4,5 metros! Essa mega-ondulação ocorre, em média, uma vez ao ano e dura de três a quatro dias. O fenômeno é causado por uma formação rochosa submersa e atrai surfistas de todo o Brasil. O point dos “Big Riders” fica a 200 metros da costa. O acesso é feito de barco ou por uma trilha de média dificuldade na estrada na península da Ponta Grossa, próxima ao Itaguá. A costa é bem estreita e, por isso, durante a temporada das ondas gigantes ela é totalmente ocupada pelo estafe dos atletas (deslize para ver algumas fotos).
Praias para se aventurar
Na Praia do Flamengo só é possível chegar de barco ou por uma trilha de média dificuldade, que dura cerca de 10 minutos. O acesso é feito pelo Saco da Ribeira – praia da região sul de Ubatuba. A praia não tem nenhuma infraestrutura e, por isso, costuma ser bem deserta. A Praia das Sete Fontes, também próxima ao Saco da Ribeira, é um dos destinos mais comuns em passeios de escuna, mas dá para chegar por uma trilha de quatro quilômetros. Há vários quiosques que servem comidas e bebidas.
Praia das Sete Fontes vista da trilha.renato-trentin/Unsplash
CACHOEIRAS DE UBATUBA
Sim, além das 102 praias, Ubatuba tem dezenas cachoeiras. A mais famosa é a Cachoeira do Prumirim, com fácil acesso e pequenas piscinas naturais formadas por quedas d’água. Para alcançá-la é preciso pegar uma curta trilha na beira da rodovia Rio-Santos, mas o desafio maior é encontrar uma vaga para estacionar. Outra queda d’água linda e de fácil acesso é a Cachoeira da Escada, que fica próxima a divisa com Paraty, no km1 da Rodovia Rio-Santos. Ela recebe esse nome porque, quando vista de cima, a água parece correr por degraus. Para chegar na Cachoeira da Renata, na Praia da Maranduba, extremo sul de Ubatuba, é preciso pegar uma estradinha de quatro quilômetros no bairro Sertão da Quina. Chegando lá, a água doce (e gelada!) e um poço de banho deixam qualquer um renovado.
ILHAS DE UBATUBA
A Ilha das Couves é o destino mais popular dentre os passeios de barco e escuna. O mar tranquilo e as águas cristalinas atraem muitos visitantes e, por isso, a ilha está quase sempre cheia. A visitação é controlada pela Fundação Florestal – são permitidos até 531 visitantes por dia, divididos em 3 turnos de 177 pessoas, por isso, marque o passeio com antecedência. Os barcos saem do Itaguá, mas o trajeto é mais curto a partir de Picinguaba; leia aqui um relato completo sobre o passeio.
A Ilha Anchieta é a segunda maior ilha do litoral norte de São Paulo: são 17 km de extensão, sete praias e quatro trilhas. Mais do que atrativos naturais, comuns em outras ilhas da região, Anchieta se destaca por sua história. A ilha abrigou um presídio de segurança máxima até 1952, quando aconteceu uma grande rebelião e foi então desativado. Em 1977, foi transformado em Parque Estadual e as ruínas abertas à visitação. Há uma taxa de R$19 por pessoa e, durante às quartas-feiras da baixa temporada (de abril a novembro), a ilha fecha para manutenção. Os roteiros das lanchas e escunas que saem do Itaguá fazem apenas uma parada de cerca de duas horas na Ilha Anchieta – tempo muito curto para descobrir todos os mistérios deste lugar. Uma boa pedida é reservar uma lancha exclusivas e passar o dia todo por ali. O trajeto até ilha para quem sai do Saco da Ribeira e da Enseada em lancha dura cerca de 10 minutos; já do Itaguá leva 30 minutos.
Próximo à Praia da Almada, fica a Ilha dos Porcos. A ilha não tem qualquer infraestrutura (apenas uma única mansão), mas ainda assim é um passeio altamente recomendável. Coberta de vegetação, a praia é formada por uma língua de areia que avança sobre o mar. Além de ser lindíssima, possivelmente é a única ilha que jamais fica lotada. As saídas são das praias do Itaguá e do Estaleiro.
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Bem distante do continente está a Ilha da Rapada (ou Ilha da Rachada), uma ilhota dividida ao meio com uma pequena faixa de areia. O acesso à Rachada é bastante complexo, então, a maioria das escunas e lanchas só passam por ela. Mas, mesmo sem descer do barco, vale admirar essa construção tão peculiar e ainda rende bons cliques.
Como chegar às ilhas: há quatro priA empresa Pura Vida oferece passeios de lancha para até 12 pessoas com roteiros definidos ou customizados. A Rota do Surf tem opções de passeios privativos e compartilhados para todas as ilhas citadas acima. O Barquário realiza os trajetos em uma embarcação com o fundo de vidro, que permite enxergar o fundo do mar.
TRILHAS EM UBATUBA
Trilha das sete praias – Durante os dez quilômetros, entre a Praia da Lagoinha e a Praia da Fortaleza, as paisagens são deslumbrantes. O percurso é de média dificuldade, mas sua longa distância exige bom condicionamento físico: a dica é voltar de carro ou ônibus ao chegar na Praia da Fortaleza.
Pico do Corcovado – Tão grande como a altura, é a sua dificuldade: o pico fica a mais de mil metros de altitude, acessados por uma trilha íngreme de oito quilômetros. É possível ir e voltar no mesmo dia ou acampar (a presença de um guia credenciado é obrigatória: a Associação Coaquira e a EcoValetur realizam o passeio).
O Pico do Corcovado está acima das nuvens!Bruno Ogata/Wikimedia Commons
HOSPEDAGEM EM UBATUBA
Como Ubatuba tem mais de cem quilômetros de costa, é preciso escolher locais estratégicos para se hospedar. Para quem quer ficar no centro, o Ubatuba Palace Hotel é um dos mais tradicionais. As diárias incluem café da manhã e bicicletas. Ali do lado, na Praia do Itaguá, há diversas opções de pousadinhas charmosas. Entre elas está a Estrela do Mar, que fica a um quarteirão da orla.
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A parte Norte de Ubatuba oferece acomodações que priorizam o contato do hóspede com a natureza, como o Banana Bamboo Ecolodge, no sertão do Ubatumirim (veja aqui sobre um Airbnb ótimo por lá). As construções são feitas de bambu e o restaurante serve alimentos orgânicos de produtores locais. Já o Itamambuca Eco Resort fica sobre o Rio Itamambuca: uma balsa leva o hóspede até a areia. O resort conta com uma grande equipe de recreação e oferece o serviço de baby-sitter, pago à parte.
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Para alternativas mais acessíveis, o Skateboard Republic Hostel tem uma pista de skate com vista panorâmica para a Praia da Enseada. O Nai’a Suítes, nas Toninhas, tem quartos privativos com café da manhã e fica a 400 metros da praia.
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ONDE COMER EM UBATUBA
Começando pelo Itaguá e separado por refeição:
Café da manhã pré-praia: a padaria Integrale é 100% integral, oferece opções sem glúten e veganas, pães de fermentação natural e ótimas geleias (eu amo a de manga). Já na Maria Farinha é para se jogar no glúten: há uma infinidade de bolos, pães, croissants… Mas o meu queridinho é o cinnammon roll.
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Almoço e jantar: Os restaurantes Raízes e o Jundu, ambos na orla da praia do Itaguá, possuem um cardápio extenso: carnes, frutos do mar, massas e saladas. Os dois são os bombados da cidade e, mesmo com salões enormes, há fila de espera durante a alta temporada. O Canoas, também no Itaguá, é um restaurante escondido dentro da casa do Seu Yannis. Vindo da Grécia, ele, a mulher e o filho preparam pratos gregos no pequeno salão com seis mesas montadas na varanda. O mussaká (espécie de lasanha de berinjela) e a salada grega com queijo feta e pimentão são deliciosos. Sem contar a experiência de comer em família.
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Jantinha rápida: o Venice serve pokes, hambúrgueres e pizzas individuais – todos com nome de praias californianas. Nos fundos há uma pista de skate gratuita para clientes. Ainda na pegada esportiva, o Taco Surf serve tacos, nachos e burritos no estilo tex-mex.
Praia combina com? Sorvete: Ubatuba tem duas sorveterias artesanais. A mais tradicional é a Pistache, que tem unidades no centro, Praia Grande, Perequê-Açu e Itamambuca. A Santin, com uma unidade na orla do Itaguá e outra no centro, tem sabores como o de bolo de cenoura e a banoffe.
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Ubatubense raiz: o prato mais característico da cidade é o azul marinho – um peixe amargo cozido com banana verde na panela de barro. O caldo do cozimento fica azulado e o prato acompanha pirão e farinha. O Peixe com Banana, é um dos poucos lugares que ainda servem esta iguaria. Outra parada obrigatória de todo morador é no carrinho da Pipoca do Toninho, na praça da matriz, em frente a igreja Exaltação da Santa Cruz, bem no centro da cidade. O Toninho está lá desde 1981 e sua pipoca com queijo frito na hora é um clássico.
Para quem não se hospeda no centro, as opções gastronômicas mais próximas são em quiosques na areia. Várias praias ao norte de Ubatuba tem boas ofertas: a Praia da Almada tem dois quiosques/restaurantes: o Caju e o Bar da Almada. O Hou e o Pitomba, na Praia Vermelha do Norte, são beach clubs com cadeiras e espreguiçadeiras na areia que servem porções, pastéis e hambúrgueres. No Prumirim, além do visual deslumbrante para a ilha que leva o mesmo nome da praia, há boas opções gastronômicas como o Cantinho da Lagoa, o Recanto do Osmar, o Rancho do Betum e o Jundu Praia Bar – que também é referência em celebrações de casamentos. O Picimbar, um dos primeiros restaurantes da Vila da Picinguaba, ao norte de Ubatuba, também serve a comida caiçara tradicional e o cardápio varia conforme a pesca do dia. Em todas as opções, o ponto forte são os peixes e frutos do mar: a fauna ubatubense tem bagres, camarões, tainhas e ostras.
Uma publicação compartilhada por Jundu Praia Bar (oficial) (@jundupraiabar)
Em novembro de 2021, duas pessoas foram mordidas por tubarões na Praia do Lamberto e na Praia Grande durante os feriados de Finados e da Proclamação da República. As duas vítimas foram atendidas pela Santa Casa de Ubatuba e foram liberadas. Otto Bismark, biólogo responsável pela análise dos casos, afirma que os incidentes são raríssimos e que os ataques teriam sido causados por um excesso repentino de visitantes, o que acabou afetando o habitat. Antes de 2021, o último caso havia sido registrado em 1991. Segundo o Instituto Argonauta, algumas medidas de precaução podem ser tomadas, como não entrar no mar com ferimentos, ficar sempre próximo da costa, não nadar no meio de cardumes ou próximo a pescadores. Se presenciar um ataque de tubarão, tente fazer fotos, vídeos e ligue para o Argonauta nos números (12) 3833 4863 ou (12) 3833 5753.
A prefeitura de Ubatuba vai instituir em breve a cobrança de uma taxa de preservação a fim de reduzir os impactos ambientais gerados pelo grande fluxo de visitantes na alta temporada. A cobrança será por veículo: R$ 3,50 por motocicleta, R$ 13 por carro, R$ 19,50 por caminhonete ou kombi, R$ 59 por micro-ônibus ou caminhão e R$ 92 por ônibus. A diária será cobrada de quem permanecer na cidade a partir de quatro horas. O controle será feito através de três radares instalados nas rodovias Oswaldo Cruz, Tamoios e Rio-Santos. O pagamento poderá ser feito pelo aplicativo ou site da EcoUbatuba ou em guichês espalhados pela cidade. A prefeitura iniciou a testagem do sistema em 10 de novembro, mas a data definitiva da implementação ainda não foi divulgada.
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