Os Cinco Diabos é um longa-metragem dirigido pela francesa Léa Mysius. Ele retrata a vida de Vicky, uma garota solitária que possui um olfato superpoderoso. O filme se desenvolve a partir do momento em que a irmã de seu pai, que sumiu há 10 anos, volta para a cidade.
O filme não apresenta apenas uma história de uma garota com poderes, já que estes passam a ser quase irrelevantes quando algo muito mais poderoso nos é apresentado: as relações entre os pais da garota, sua tia e outros personagens do passado.
Tais laços são mostrados de forma muito criativa e sincera – o que poderia ser, facilmente, um flashback, é substituído por um elemento muito mais interessante (que se liga à Vicky) e que nos lembra de ficções científicas -, mas ainda assim mantendo a emoção do momento como se os estivéssemos presenciando.
Fotografia do filme
Em aspectos mais técnicos, a fotografia apresenta uma decupagem dinâmica e bela, que nos lembra do passado dos personagens. E isso acontece mesmo quando a cena se passa nos dias atuais – como um simples quadro do casamento presente no enquadramento enquanto os pais de Vicky discutem sua relação.
Adèle Exarchopoulos
Por fim, Adèle Exarchopoulos (Azul é a Cor Mais Quente, 2013) finalmente recebe a abertura para um filme que envolve temáticas LGBT dirigido por uma mulher – e dá um show nele. Suas microexpressões trazem sinceridade o suficiente para conseguirmos sentir a tensão e o conflito psicológico de uma personagem que tem que lidar com o passado mesmo depois de uma década.
Vale a pena assistir
Assim, Os Cinco Diabos é um filme que vale a atenção. A linguagem estrangeira não-inglesa pode assustar inicialmente um público geral, mas a proximidade com os personagens e suas histórias, erros e relacionamentos se tornam tão reais que nos lembram que a dor e o amor pelo passado são linguagens constantes pelo mundo todo.
Por Antonio Carqueijó
Cursa Cinema na FAAP/SP, além de ser um apaixonado pelo universo Marvel.
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