No dia 29 de agosto, é celebrado no Brasil o “Dia Nacional do Combate ao Fumo”. A data foi criada pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) visando reforçar as ações contra o tabaco e conscientizar a população sobre os danos sociais, políticos, econômicos, ambientais e, sobretudo, corporais da substância.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo. Nesse sentido, encarar o tabagismo como um problema de saúde coletiva segue sendo um tema atual, principalmente com o surgimento de novos meios de consumo para toxina.
Cigarros eletrônicos também são perigosos
Apesar da comercialização ser proibida no Brasil, os cigarros eletrônicos continuam ganhando mais adeptos; de 2018 a 2022, a quantidade de usuários quadruplicou, segundo estudo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC). Isso acontece, em parte, porque esses usuários não se consideram fumantes e intitulam-se “vaporizadores” (vapers). Os perigos aumentam quando se considera que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional.
Outro malefício apontado por um estudo divulgado pela Unesp é a alta quantidade de açúcar presente nos líquidos que abastecem os cigarros eletrônicos. Para proporcionar aromas de frutas, esses líquidos podem causar cárie e doenças periodontais. A mesma pesquisa chamou atenção para o perfil dos fumantes atuais de cigarros eletrônicos, concentrado entre os jovens; 19,7% das pessoas entre 18 e 24 anos já experimentaram cigarro eletrônico (na faixa entre 35 e 49 anos, esse percentual cai para 3,3%).
“Os efeitos do tabagismo vão muito além do que é possível perceber”, alerta o Dr. Rizzieri Gomes, médico cardiologista, focado na mudança do estilo de vida (MEV) de seus pacientes. “Costuma-se focar mais nos danos físicos, mas existem danos familiares, emocionais e uma série de outros, pois a nicotina é uma das drogas que mais causa dependência no mundo. Neste dia, quem puder levar informação a um amigo, um parente ou mesmo um conhecido pode estar ajudando esse fumante”, sugere.
Impacto do tabagismo na saúde da coluna
O Dr. Guilherme Rossoni, neurocirurgião e especialista no tratamento de doenças da coluna e dor crônica, relata os reflexos do tabagismo na coluna. “A maioria dos cigarros possui entre três/quatro mil substâncias tóxicas. O tabagismo a médio e longo prazo induz a um enfraquecimento do osso, o que chamamos osteoporose. Isso, por si só, torna a coluna mais vulnerável a fraturas. Além disso, várias outras substâncias promovem lesões diretas aos elementos de sustentação, aos ligamentos, dos tendões e ao disco intervertebral”, explica o especialista.
Ainda sobre o reflexo do tabaco e problemas na coluna, o Dr. Guilherme Rossoni enfatiza que o “tabagismo também promove o fechamento dos vasos, microtromboses — o que chamamos vasculopatia, pequenos vasinhos que vão irrigar essas estruturas, que acabam sendo danificadas. Como consequência, [isso] dificulta a cicatrização, retarda o processo de regeneração e a chegada de nutrientes para que a articulação se torne mais sadia ou consiga manter a saúde ao longo dos anos”, aponta o profissional.
Dicas para os fumantes pararem de fumar
Segundo o Dr. Rizzieri Gomes, existem algumas atitudes simples que podem ajudar quem deseja parar de fumar, como:
Estabelecer uma data para parar;
Buscar ajuda profissional, como médicos e terapeutas;
Encontrar substitutos saudáveis para o cigarro, como alimentos nutritivos;
Praticar exercícios físicos para lidar com o estresse;
Evitar situações e pessoas que estimulem o consumo de tabaco;
Cercar-se de apoio familiar e amigos que incentivam e motivam;
Acreditar em si mesmo(a) e celebrar cada conquista.
Vale ressaltar que o SUS, Sistema Único de Saúde, oferece tratamento gratuito para ajudar as pessoas a pararem de fumar. O Ministério da Saúde reforça a importância de parar de fumar, visto que o tabagismo é um problema mundial de saúde pública que está relacionado ao surgimento de pelo menos 50 doenças.
Por Mayla Tauany
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