A explosão da guerra entre Israel e Hamas, precedida pela guerra entre Ucrânia e Rússia, que já dura quase dois anos, tem afetado todo o mundo, até mesmo lugares distantes das áreas de conflito. Ainda que, economicamente, elas sejam prejudiciais ao redor do mundo, um dos tópicos que tem preocupado órgãos como a Associação Americana de Psicologia é a saúde mental daqueles que acompanham as guerras a distância.
Isso porque o acúmulo de informações e a exposição direta a fotos, vídeos e depoimentos potencializados pelas redes sociais e veículos de mídia podem aprofundar quadros depressivos e servir como gatilhos para crises de ansiedade, que, em casos mais graves, podem levar a internações e à necessidade de tratamentos especializados.
Pensando neste quadro, a jornalista, palestrante na área de saúde mental e quatro vezes TEDx speaker, Izabella Camargo, lista algumas dicas essenciais para preservar o emocional em momentos delicados como os de conflitos armados ao redor do mundo. Confira!
1. Faça uma dieta de notícias
É preciso dar um tempo no consumo desenfreado de notícias, principalmente em cenário de guerras, crises humanitárias e crises de saúde. “A pandemia nos ensinou que nós não precisamos saber de tudo 24 horas por dia, porque as coisas não estão sob nosso controle. Então precisamos aprender a parar, respirar e, sem culpa, encontrar algo que nos distraia do mundo ao redor”, comenta.
2. Realize uma curadoria da realidade
Izabella Camargo salienta que “não são apenas as notícias que nos fazem mal, mas, às vezes, quando temos algum amigo ou parente diretamente envolvido, ou afetado por crises como essas, tendemos sempre a imaginar um milhão de coisas que não condizem com a realidade”. É preciso se apegar ao agora e tentar sempre se manter presente no que de fato está acontecendo para não somatizar coisas que, além de não ter controle sobre elas, não são reais.
3. Verifique a veracidade da notícia
Às vezes, é difícil ficar imune às informações, porque elas vêm de todos os lados e a todo o momento. Então, o melhor a se fazer é perguntar: essa fonte é confiável? Essa informação é verdadeira? “Nós passamos por um processo muito complexo de fake news durante a pandemia que só se alastrou porque não havia essa curadoria interna sobre aquilo em que devemos confiar. Existe um trabalho muito sério de jornalistas cobrindo e checando fontes e informações para que possamos confiar neles. Então, confiemos”, ressalta a profissional.
4. Procure ajuda especializada
Ainda que pareça óbvio, é muito difícil que as pessoas procurem ajuda, pois estão condicionadas a achar que resolvem os problemas sozinhas. “Não é bem assim. Precisamos que um profissional nos avalie para que possamos entender o que está acontecendo e assim buscar a cura. Estar mal não é normal”, finaliza.
Por Bruno Souza
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