Fazer exercícios físicos regularmente pode diminuir em até 16% o risco de desenvolver dores crônicas nas costas, segundo uma pesquisa finlandesa, publicada no National Library of Medicine, que analisou mais de 36 grandes estudos.
Esse é um tipo de desconforto que inúmeras pessoas globalmente. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos adultos terão pelo menos uma crise aguda de dor nas costas em algum momento da vida.
Fatores de risco para dor na lombar
Dentre os fatores de risco relacionados ao estilo de vida, o tabagismo e a obesidade têm sido associados a um maior risco de desenvolver dores lombares e, até mesmo, casos clinicamente diagnosticados de hérnia de disco e ciatalgia.
Além disso, o Dr. Antônio Krieger, especialista em cirurgia da coluna, comenta que as atividades da vida moderna desempenham um papel crucial nesse cenário. “Hoje nós nos tornamos mais sedentários. Passamos muitas horas do dia sentados, seja estudando ou trabalhando, o que leva à sobrecarga da coluna lombar. Além disso, o uso excessivo de smartphones piora nossa postura cervical”, afirma.
Ele ressalta que o maior vilão da dor na lombar ainda é o sedentarismo. “Além disso, posturas viciosas e falta de ergonomia agravam problemas na coluna“, complementa.
Sintomas de problemas na coluna
Segundo o especialista, a primeira manifestação de problemas é a dor, seja no pescoço, nas costas ou na lombar. Desvio postural, contraturas musculares e sensação de cansaço crônico também se configuram como sinais de que a coluna não está bem.
Por que sentimos dor na coluna?
Em relação às lesões que atividades frequentes e más posturas podem gerar, o Dr. Antônio Krieger adverte que a falta de ergonomia e a má postura são capazes de sobrecarregar os discos (amortecedores) e as facetas (articulações) da coluna, levando a um desgaste precoce da coluna.
“Criar uma cultura de exercícios físicos regulares desde a infância é um bom começo. Investir em mobiliário adequado e boa ergonomia também contribui para a prevenção de problemas na coluna”, explica o cirurgião.
Persistência da dor nas costas
Conforme a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), em geral, a população brasileira que se queixa ou sofre de dor é de cerca de 30%, e não existe uma política de saúde pública que leve em consideração a questão da dor crônica, que dura mais de três meses, mesmo após o tratamento adequado da causa. Isso significa que há uma disfunção no sistema nervoso central que faz com que a dor continue mesmo após a lesão ter sido tratada.
Dor na lombar impacta na qualidade de vida
O especialista ressalta que a dor crônica da coluna pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente e afetar as atividades diárias, como trabalhar, dormir e se exercitar. O problema também pode levar a distúrbios do sono, ansiedade, depressão e outras condições capazes de agravar ainda mais o quadro de dor.
“Sentir dor não é normal. Nós somos ensinados e induzidos a suportar e conviver com a dor, mas essa não é a melhor recomendação. Quanto antes buscar o diagnóstico e o tratamento adequado do seu problema, as chances de cura serão maiores e o risco do desenvolvimento de uma dor crônica é menor”, explica o cirurgião.
Por Fernando Garcel
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