O diabetes é uma condição crônica que afeta a forma como o corpo regula o açúcar no sangue, conhecido como glicose, e existem dois tipos principais dessa doença. O diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticado em uma idade mais jovem, sendo resultado de uma resposta autoimune, na qual o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas.
Como resultado, os pacientes com essa condição dependem de injeções diárias de insulina para manter seus níveis de açúcar no sangue sob controle. De acordo com a endocrinologista Jamilly Drago, esse tipo de diabete representa de 5 a 10% de todos os casos diagnosticados.
O diabetes tipo 2, por outro lado, está frequentemente relacionado ao estilo de vida. O excesso de peso, a falta de atividade física e a predisposição genética desempenham um papel importante. Nesse caso, o corpo pode não usar a insulina de forma eficaz ou não produzir insulina suficiente para atender às necessidades do organismo.
“Aproximadamente 70 a 90% dos pacientes diabéticos tipo 2 também têm a síndrome metabólica, ou seja, associada à alteração do colesterol, obesidade, obesidade abdominal e à hipertensão. O início da doença se dá como uma intolerância à glicose”, acrescenta a médica.
Importância do tratamento da doença
Segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de pacientes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Por isso, o tratamento é vital para controlar os níveis de glicose, prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida, envolvendo mudanças no estilo de vida, medicamentos e monitoramento constante com orientação médica.
“Nos últimos anos, a indústria farmacêutica lançou novas terapias para o diabetes, novas insulinas e novas classes de medicamentos que estão revolucionando o tratamento da doença. Não existe cura, mas já existe um termo chamado remissão – um controle tão bem-feito que imita a normalidade –, controlando, assim, a evolução e piora da doença”, assegura Jamilly Drago.
Medicamentos para diabéticos na Farmácia Popular
O Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) é uma iniciativa do Governo Federal cujo objetivo é disponibilizar à população brasileira medicamentos essenciais conforme as diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Em parceria com as Unidades Básicas de Saúde e as farmácias municipais, a Farmácia Popular permite que os cidadãos tenham acesso a medicamentos em estabelecimentos credenciados.
Criado em 2004, esse programa oferece gratuitamente medicamentos para o tratamento de condições como diabetes, asma, hipertensão e osteoporose, bem como pílulas anticoncepcionais. Além disso, disponibiliza itens subsidiados para o tratamento de dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, glaucoma e fraldas geriátricas.
A seguir, confira alguns remédios gratuitos disponíveis na Farmácia Popular para tratar o diabetes. Lembre-se que eles devem ser receitados por um médico, pois a automedicação pode oferecer riscos à saúde.
1. Cloridrato de metformina
O cloridrato de metformina é um medicamento amplamente usado no tratamento do diabetes tipo 2. Ele atua reduzindo a produção de glicose pelo fígado, melhorando a sensibilidade à insulina nas células e atrasando a absorção de glicose no intestino. Essas ações ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue, tornando a glicose mais acessível às células para produção de energia e reduzindo a quantidade de açúcar liberada no sangue pelo fígado.
A metformina não aumenta a produção de insulina, sendo frequentemente usada como terapia inicial em pessoas com diabetes tipo 2, especialmente aquelas com sobrepeso. É importante monitorar o uso com orientação médica, pois podem ocorrer efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais.
2. Cloridrato de metformina (ação prolongada)
O cloridrato de metformina de ação prolongada é uma formulação de liberação lenta do medicamento. Sua ação é semelhante à metformina convencional, mas com a vantagem de manter os níveis de metformina no sangue mais estáveis ao longo do dia, permitindo que seja tomado uma vez ao dia. Isso ajuda a reduzir os picos de glicose após as refeições e melhora a adesão ao tratamento.
Assim como o metformina convencional, o medicamento de ação prolongada atua reduzindo a produção de glicose pelo fígado, melhorando a sensibilidade à insulina e atrasando a absorção de glicose no intestino, contribuindo para o controle do diabetes tipo 2.
3. Glibenclamida
A glibenclamida é um medicamento utilizado no tratamento do diabetes tipo 2. Sua ação é estimular as células beta no pâncreas a liberarem mais insulina. Isso aumenta a captação de glicose pelas células e reduz os níveis de açúcar no sangue.
No entanto, a glibenclamida pode causar hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue) como efeito colateral, sendo necessário monitorar regularmente os níveis de glicose e ajustar a dose conforme orientação médica. Além disso, seu uso pode estar associado a ganho de peso e à perda gradual de eficácia ao longo do tempo. Portanto, o tratamento com o remédio requer acompanhamento médico cuidadoso.
4. Insulina humana
A insulina humana é uma formulação de insulina usada para tratar o diabetes que replica a insulina produzida pelo corpo. Quando injetada sob a pele, permite que as células captem glicose da corrente sanguínea, reduzindo os níveis de açúcar no sangue. Ela pode ser usada em diferentes regimes de tratamento, como controle basal (de longa duração) ou controle prandial (após refeições). A dose e o momento da injeção variam conforme a prescrição médica e as necessidades do paciente.
5. Insulina humana regular
A insulina humana regular é um medicamento utilizado no tratamento do diabetes, principalmente do tipo 1 e, em alguns casos, do tipo 2. Ela é uma réplica da insulina produzida naturalmente pelo corpo. Sua ação é crucial para reduzir os níveis de glicose no sangue, permitindo que as células captem e usem a glicose como fonte de energia.
A insulina regular é conhecida por sua ação de início mais lento e duração mais longa, o que a torna útil para controlar a glicose após as refeições e durante o dia. É administrada por injeção subcutânea e requer ajustes de dosagem precisos, geralmente com base na dieta, atividade física e monitoramento regular da glicose. O objetivo é manter os níveis de glicose na faixa-alvo para prevenir complicações do diabetes. O uso desse medicamento deve ser acompanhado de perto por um profissional de saúde.
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