As PANCs, sigla para Plantas Alimentícias Não Convencionais, são alimentos disponíveis na natureza que, geralmente, não são comercializados no mercado, pois não tem uma cadeia produtiva estabelecida, mas são comestíveis e consumidas por alguns pequenos grupos, uma vez que são típicas em algumas regiões.
De acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), muitas dessas plantas crescem espontaneamente em lugares como terrenos baldios e quintais; por isso, não costumam ser vistas como uma possibilidade culinária. Apesar disso, são altamente nutritivas, oferecem inúmeros benefícios para a saúde e são uma opção sustentável, pois não agride o meio ambiente.
Por isso, confira 10 opções de PANCs saudáveis e nutritivas para você nunca mais desperdiçar essas plantas e aproveitar todas as suas vantagens!
1. Taioba
A taioba é uma planta tradicionalmente cultivada no sudeste brasileiro e faz parte da família Araceae, assim como o inhame. Segundo informações da SEAG (Secretaria de Estado da Agricultura, Aquecimento, Aquicultura e Pesca do Estado do Espírito Santo), ela é rica em fibras, magnésio, cálcio e vitaminas dos complexos A e C, que auxiliam em uma boa visão e integridade da pele, favorecem o crescimento de ossos e cabelos saudáveis e atuam como antioxidante.
2. Acelga chinesa
Também conhecida como ‘bok choy’, a acelga chinesa tem um sabor delicado, que lembra o repolho, e é servida tipicamente cozida a vapor. Por ter efeito anti-inflamatório, devido à vitamina C presente em sua composição, ela é muito consumida para prevenir inflamações, mas também é conhecida por sua atuação no controle da pressão arterial e benefícios para a saúde dos ossos, pois é fonte de potássio, cálcio, vitamina K e magnésio.
3. Ora-pro-nóbis
A ora-pro-nóbis é uma planta com alto valor nutritivo e tem sido bastante consumida pelos adeptos da dieta vegana. Isso porque ela é rica em vitaminas dos complexos A, B e C, concentra boas quantidades de proteínas e é fonte de fibras solúveis que auxiliam no bom funcionamento do intestino.
No entanto, vale ressaltar que é preciso ter cuidado ao retirar as suas flores, já que a planta conta com pequenos espinhos, e que existem diversos tipos de ora-pro-nóbis, sendo comestível somente aquela que tem flores brancas.
4. Caruru
O caruru tem propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias e é uma planta rica em cálcio, sendo muito indicada para proteger os ossos e os dentes. Além disso, contém ferro, potássio, fibras, magnésio e vitaminas dos complexos A e C em sua composição, que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, melhoram o humor e reduzem os níveis de colesterol ruim (LDL) no organismo.
5. Hibisco
O hibisco é uma planta amplamente conhecida por sua utilização no preparo de chás, principalmente por quem deseja emagrecer. Proveniente das regiões da Ásia e África Oriental, a planta conta com mais de 300 espécies, segundo informações da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), sendo algumas delas comestíveis, como a ‘Hibiscus sabdariffa’ que, de acordo com informações da SBPM (Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais) é benéfica contra hipertensão e inflamações, devido à sua capacidade antioxidante e propriedades hepatoprotetoras.
6. Begônia
A begônia é uma flor proveniente da América tropical e é muito delicada. Devido às folhas coloridas, ela é frequentemente utilizada para decorar jardins, mas também cresce em áreas com sombra e, algumas de suas espécies, como a begônia vermelha, servem para o preparo de deliciosas saladas, geleias e chás. Isso porque essa flor contém pequenas quantidades de nutrientes como fibras, vitaminas e minerais que são conhecidos por ajudar contra cólica e dores de afta.
7. Folha de batata-doce
A batata-doce é uma raiz muito utilizada durante as dietas, mas as suas folhas também são comestíveis e contêm propriedades nutritivas importantes. Rica em vitamina C, elas são naturalmente anti-inflamatórias e ajudam a fortalecer a imunidade. Além disso, são muito utilizadas contra dores de dente, justamente por sua eficácia contra doenças causadas por inflamações.
8. Beldroegão
A beldroegão é uma planta de fácil cultivo e crescimento espontâneo; por isso, não é difícil encontrá-la crescendo em raízes de árvores. Parte da família Talinaceae, ela é utilizada no preparo de chás, saladas, farofas e sopas e é rica em magnésio, zinco, cálcio, proteínas e ômega 3, que previnem as doenças cardiovasculares e protegem as células contra o estresse oxidativo causados pelos radicais livres, isso porque ela também é rica em antioxidantes.
9. Bertalha-coração
Com folhas verde-escuras, a bertalha-coração pertencente à família Basellaceae e é rica em ferro, fibras e vitaminas dos complexos A, B12 e C, que fortalecem a imunidade, combatem a constipação e previnem o envelhecimento. De modo geral, antes de consumir essa planta, é indicado que ela seja refogada, igual o espinafre, podendo ser utilizada no preparo de panquecas, tortas, canjas e saladas.
10. Serralha
Originária do norte da África, a serralha é uma planta muito presente em períodos mais amenos. Destaque por ser fonte de fibras, ferro, cálcio, potássio e vitaminas dos complexos A, B2, B6, C e D, ela detém propriedades diuréticas, ajuda a fortalecer a imunidade e ajuda a prevenir doenças causadas por inflamações.
De acordo com informações do Boletim de Tendências da Indústria (2022), do SEBRAE, ela pode ser consumida refogada e como acompanhamento para feijões e polenta. No entanto, deve-se tomar cuidado para não a confundir com a planta Emília, que não pode ser consumida.
Cuidados ao consumir PANCs
Antes de consumir Plantas Alimentícias Não Convencionais é importante estar atento a algumas recomendações, pois nem todas as plantas são comestíveis e podem ser tóxicas ao organismo. Dentre os principais cuidados, estão:
Identificação correta da planta;
Obter as plantas de fontes confiáveis;
Prepará-las de forma adequada, principalmente no processo de cozimento;
Consumir moderadamente;
Estar ciente de possíveis alergias;
Evitar retirá-las de áreas contaminadas, como rodovias e estradas de tráfego;
Não oferecer as plantas para idosos, crianças e pessoas com condições médicas específicas;
Não substituir os legumes e vegetais convencionais pelas PANCs.
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