A alimentação pode influenciar diretamente no funcionamento do corpo. As dietas que restringem determinados tipos de alimentos, por exemplo, podem provocar alterações no humor, além de prejudicar a saúde e o projeto de emagrecimento.
Natália Colombo, nutricionista funcional da Clínica NCnutre, atribui o mau humor e o desânimo diante das dietas à falta de informação das pessoas. “O que acontece é que as pessoas, por falta de conhecimento, acham que para emagrecer o que precisa é simplesmente ‘fechar a boca’, mas não é tão simples assim”, justifica.
Ausência de nutrientes
Claro que algumas pessoas ficam mal-humoradas pela necessidade de diminuir a ingestão de seus alimentos preferidos, mas parte da causa da mudança de humor acontece pela falta de nutrientes.
“Quando a pessoa parte para uma dieta hipocalórica sem orientação, ela acaba privando o organismo de carboidrato e de diversos nutrientes, que são responsáveis pela manutenção dos níveis de alguns hormônios e/ou neurotransmissores, o que faz com que essa pessoa acabe tendo diversas alterações de humor, disposição, apetite etc.”, explica a nutricionista.
Importância do carboidrato
Natália Colombo também frisa que, ao contrário do que muitos pensam, o carboidrato não é o vilão das dietas, mas fundamental para o organismo. “Como qualquer alimento, ele vai engordar se você consumir de maneira errada e em excesso”, afirma a profissional.
Hormônios do humor
De acordo com a nutricionista Bruna Pinheiro, os principais neurotransmissores relacionados com o humor são a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. Segundo ela, a serotonina é derivada do triptofano, encontrado em alimentos ricos em proteínas, como grão-de-bico, ervilha, feijões, carnes, peixes, ovos e leite e derivados.
A dopamina e a noradrenalina são produzidas com a ajuda da tirosina, um aminoácido encontrado nos mesmos alimentos fontes de proteína, citados anteriormente. “Por isso, garantir uma adequada quantidade dessas substâncias no prato é sinal de bom humor no dia a dia”, detalha.
Não prive seu corpo
Natália Colombo reforça que tudo no nosso corpo é formado a partir de nutrientes, sejam eles macronutrientes (carboidrato, proteína, lipídeos) ou micronutrientes (vitaminas e minerais). “Quando você priva o seu corpo de algum nutriente que ele precisa para a formação de algum hormônio, enzima, neurotransmissor ou qualquer outra coisa, você começa a ter os sintomas negativos da deficiência”, destaca.
Consequências da deficiência de serotonina
Segundo Natália Colombo, a serotonina é um neurotransmissor que está envolvido no ciclo do sono, na regulação térmica, no controle do comportamento e no humor, por esses motivos, é conhecido como hormônio do bem-estar.
Por isso, quando a alimentação não fornece as substâncias necessárias para a produção adequada da serotonina, algumas alterações começam a surgir. “Sua deficiência está diretamente ligada a quadros de alteração de humor, insônia, ansiedade, depressão, angústia, maior sensibilidade e, principalmente, compulsão alimentar”, informa.
Influência do intestino
Conforme explica Natália Colombo, o intestino é responsável pela produção de 80 a 90% da serotonina. Para que isso aconteça de forma adequada, é necessário que a alimentação forneça a quantidade ideal de triptofano, vitamina B6 e algumas outras vitaminas necessárias.
Além disso, é de extrema importância que o intestino esteja saudável, “ou seja, que a microbiota intestinal esteja íntegra, pois se o intestino estiver ‘ruim’ (com algum grau de disbiose – com mais bactérias ruins do que boas, e poucas fibras), essa produção não acontecerá da forma adequada, e a pessoa poderá presenciar todos os sintomas negativos de sua deficiência”, aponta.
Por isso, para emagrecer e garantir o bom humor é preciso se alimentar adequadamente para que todo o corpo funcione da maneira correta. Assim, você elimina peso sem colocar a saúde em risco.
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