A mamografia, exame radiológico feito nas mamas, é uma das técnicas mais utilizadas e eficazes para detectar esse tipo de câncer em mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde, corresponde a cerca de 10,5% dos casos de tumor que atinge as mulheres.
Apesar de ser um exame muito conhecido, ainda gera dúvidas entre as pacientes – que, por vezes, deixam de realizá-lo por distorções sobre o assunto. Considerando isso, o Dr. Fabrício Morais Salgado, líder de gestão em saúde da GE HealthCare, empresa global em tecnologia médica, diagnóstico farmacêutico e soluções digitais, lista 8 mitos e verdades sobre o procedimento. Confira!
1. Prótese de silicone atrapalha a mamografia?
Verdade. De acordo com o Dr. Fabrício Morais Salgado, a mamografia para mulheres com prótese pode ser realizada normalmente. Contudo, alguns cuidados devem ser tomados no momento do exame para que se obtenha resultados mais precisos, e evitar qualquer dano à prótese.
“É importante que o exame seja feito em local confiável, por profissionais qualificados e com ajustes adequados dos equipamentos. O aparelho de mamografia deve ser ajustado para exercer menor pressão sobre as mamas, para evitar expor as pacientes ao risco de ruptura da prótese”, explica o profissional.
2. Homens também podem fazer o exame?
Verdade. Apesar do câncer de mama ser muito mais comum entre mulheres, os homens também possuem glândulas mamárias e tecido mamário (embora em pouca quantidade) que podem apresentar a doença.
“Em geral, o principal sintoma do câncer de mama em homens é a presença de nódulo palpável na mama ou na axila. Outros sintomas que podem ocorrer são alterações da pele ou do mamilo e saída de secreção pelo mamilo. Para o diagnóstico, os homens também devem fazer o exame de mamografia e o exame é feito da mesma forma que é realizado nas mulheres”, comenta o médico.
3. Mulheres a partir dos 50 anos devem fazer mamografia?
Verdade. “O Ministério da Saúde recomenda o rastreamento bianual a partir dos 50 anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) sugerem a antecipação da idade mínima para 40 anos. O benefício de adiantar é a possibilidade de encontrar um câncer de mama no início, permitindo um tratamento menos agressivo e com maior chance de cura”, compartilha o Dr. Fabrício Morais Salgado.
4. Pessoas com nódulos na mama devem fazer o exame?
Verdade. Segundo o médico, isso ocorre porque as mamografias podem ajudar a encontrar pequenos nódulos com tamanho de 1 milímetro até 3 anos antes da pessoa poder senti-los. “Os tumores pequenos, em estágio inicial, são tratáveis e o diagnóstico precoce tem chance de até 95% de cura.”
5. Mamografia pode fazer mal para a saúde?
Mito. Por tratar-se de um exame com baixa emissão de raio X, a mamografia não traz danos à saúde, mas, atualmente, especialistas já sabem que a radiação acumulada pode prejudicar a saúde a longo prazo, o que não significa que a mamografia seja perigosa, segundo o médico. “É seguro realizar a mamografia, seguindo recomendações médicas, porque a dose de radiação envolvida é bem baixa. E a radiação, se utilizada de forma controlada e correta, não vai causar danos à saúde”, esclarece o profissional.
6. Lactantes não podem fazer o exame?
Mito. Conforme explica o Dr. Fabrício Morais Salgado, a lactante apresentar algum sintoma ou alteração em exame que torne necessária a mamografia, não há problema em realizá-la. “Entende-se que a mamografia é segura, não causando danos ou prejuízos à paciente ou à lactação. Por outro lado, as mamas ficam mais densas nessa fase, o que pode prejudicar a avaliação de alguns tipos de lesão. Como a sensibilidade do exame fica menor, não é recomendada a realização de mamografia de rotina ou de prevenção durante a lactação.”
7. O autoexame pode substituir a mamografia?
Mito. O autoexame é um complemento à mamografia, não podendo substituir o exame, afinal, somente ele é capaz de detectar precocemente lesões muito pequenas ou pré-malignas, aumentando as chances de cura.
“Mulheres com menos de 40 anos não têm indicação de exames de mamografia de rotina, exceto se tiverem famílias com alto risco de tumores hereditários. Sendo assim, conhecer as mamas é fundamental e o médico, que é a pessoa mais indicada para fazer essa apalpação, poderá ser consultado em caso de dúvida”, reforça o médico.
8. A mamografia pode causar efeitos colaterais?
Mito. De acordo com o Dr. Fabrício Morais Salgado, depois que o exame é realizado, a paciente não deve ter qualquer tipo de efeito colateral. “As mulheres que estiverem com as mamas mais sensíveis podem sentir um incômodo maior, mas não há efeito colateral associado à mamografia”, finaliza o especialista.
Por Thay Rodrigues
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