O Dia do Jornalista, comemorado em 7 de abril, é uma data em que se presta homenagem aos profissionais da imprensa no Brasil. Como olhos e ouvidos aguçados, jornalistas são responsáveis por coletar, apurar e divulgar informações de interesse público, às vezes, até arriscando suas próprias vidas. Por fornecerem as informações necessárias à comunidade e cobrarem as autoridades, são considerados “guardiões da democracia”.
Por que 7 de abril?
A data foi escolhida em homenagem a João Batista Líbero Badaró, um importante jornalista do século XIX. Ele foi assassinado em São Paulo no dia 7 de abril de 1830, em consequência de suas denúncias contra a corrupção e os abusos de poder do governo da época. Conhecido por posições liberais e pela defesa da liberdade de imprensa, seus artigos criticavam o governo da época e o imperador Dom Pedro I.
Não há registros de quem matou o profissional, mas acredita-se que tenha sido alguém ligado ao grupo de políticos conservadores. Sua morte causou grande comoção e foi um dos fatores que contribuíram para a abdicação de Dom Pedro I, que aconteceu alguns meses depois.
Pouco mais de um século depois, em 1931, o Dia do Jornalista foi oficializado no Brasil pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em homenagem ao legado de luta e coragem deixado por João Batista Líbero Badaró. Desde então, a data é celebrada em todo o país como uma homenagem aos profissionais que dedicam suas vidas à informação, à verdade e à liberdade de expressão.
Por isso, é fundamental dar a eles a importância e o reconhecimento que merecem. Então, a seguir, conheça 5 jornalistas renomados na história da imprensa brasileira.
1. Rachel de Queiroz
Pioneira da atuação feminina no jornalismo, em 1953, ela tornou-se a primeira mulher a escrever crônicas para o jornal O Estado de S. Paulo e a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977. Sua atuação jornalística iniciou ainda na adolescência, quando colaborou com o jornal O Ceará, em sua cidade natal, Fortaleza. Rachel de Queiroz (1910-2003) também se destacou por sua militância política e social, com ênfase na defesa das causas feministas.
Além disso, ela também foi uma das primeiras mulheres a trabalhar como roteirista de cinema no Brasil, tendo escrito o roteiro do filme documentário “Aruanda” (1960). Rachel é considerada uma das maiores representantes do modernismo na literatura brasileira, por meio do livro publicado em 1930, “O Quinze”, referência de obra regionalista.
2. Ricardo Boechat
Eleito o jornalista mais admirado do país por três anos consecutivos, de 2016 a 2018, em pesquisa realizada pelo site Jornalistas & Cia, Ricardo Boechat (1952-2019) foi um dos mais importantes profissionais da imprensa brasileira. Ele ganhou diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo, o segundo principal da profissão, ficando atrás somente do Pulitzer. Forte porta-voz da Band nos últimos anos de vida, ele também trabalhou em diversas outras publicações, como O Globo, Jornal do Brasil e O Estado de S. Paulo. Boechat se destacou pela coragem de enfrentar grandes empresas e figuras públicas, denunciando irregularidades e abusos de poder.
3. Vladimir Herzog
Além de jornalista, Herzog (1937-1975) era um ativista e militante político que lutava pela democracia e pela liberdade de expressão no Brasil durante a ditadura militar. Ele foi assassinado em 1975, após ser detido e torturado pelas autoridades do regime. Em vida, trabalhou como jornalista na TV Cultura, onde apresentou o telejornal Hora da Notícia. Em sua memória, o dia 25 de outubro foi declarado o Dia Nacional da Democracia e da Luta pela Justiça, em reconhecimento à sua luta pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos. Atualmente, o jornalista é homenageado por meio do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
4. Caco Barcellos
Um exemplo para as novas gerações de jornalistas que buscam fazer um jornalismo crítico e comprometido com a transformação social, Caco Barcellos (1950) é autor de grandes obras, como “Rota 66”, livro que relata casos de abuso de poder e aborda a violência policial na cidade de São Paulo, especialmente durante os anos 1980. O jornalista, atualmente inserido na equipe do Profissão Repórter como repórter especial, ficou conhecido por sua atuação em reportagens investigativas sobre temas sensíveis de maneira crua e intimista.
5. Patrícia Campos Mello
A jornalista brasileira recebeu o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa em 2020, devido à sua reportagem sobre o escândalo de fake news ligadas ao Facebook durante as eleições presidenciais de 2018 no Brasil. Além deste, Patrícia (1975) já recebeu diversos outros por seu trabalho de defesa aos direitos humanos e denúncias de corrupção, incluindo o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, um dos mais importantes de jornalismo do mundo. Para muitos colegas de profissão, ela é um exemplo de resistência e compromisso com a verdade.
6. Glória Maria
A jornalista Glória Maria (1949-2023) é referência na atuação de mulheres, especialmente pretas, na imprensa brasileira. Foi responsável por reportagens produzidas em mais de 170 países. Dona de diversos prêmios ao longo da carreira, incluindo o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos (1995), e entrevistas memoráveis, a profissional foi uma defensora da diversidade e da inclusão, trazendo em suas reportagens pautas sobre diferentes culturas, etnias e grupos sociais. Era também uma das principais vozes na luta contra o preconceito no Brasil, tendo se posicionado publicamente em diversas ocasiões sobre o tema.
7. Roberto Marinho
Considerado uma das figuras mais influentes da história da comunicação no Brasil, Marinho (1904-2003) começou sua carreira jornalística ainda criança, quando auxiliava o pai Irineu Marinho, fundador do jornal O Globo. Ao longo dos anos, enquanto empresário, expandiu o veículo para emissoras de rádio e televisão, formando a Rede Globo de Televisão, em 1965. O profissional teve um papel importante na definição da linha editorial do jornalismo no país, influenciando a forma como as notícias eram cobertas e apresentadas ao público. Casa de grandes jornalistas brasileiros, atualmente, o Grupo Globo é uma das maiores empresas de mídia da América Latina.
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