No universo de crianças e jovens, a prática da gastronomia pode trazer diversos benefícios. Como exemplos, pode-se citar fortalecer as relações afetivas com familiares e amigos, melhorar as habilidades de organização, independência e, até mesmo, ajudar a superar a timidez.
Além de ser uma forma lúdica e divertida de aprendizado sobre a origem dos alimentos, técnicas de preparo, processos de transformação física e química dos ingredientes de uma receita, cozinhar também ajuda, e muito, no desenvolvimento das crianças em diversos aspectos da vida.
“O aprendizado na cozinha, direta ou indiretamente, rende muitas histórias, memórias afetivas que marcam positivamente as crianças por toda a vida. Além disso, ajuda a desenvolver novas habilidades que são extremamente úteis em diversos outros aspectos, inclusive da vida adulta, como responder bem aos momentos de estresse quando as coisas não saem tão bem quanto desejávamos”, explica a chef Deborah Dugaich Sisti, também professora de gastronomia.
Cozinhar ajuda a desenvolver hábitos saudáveis
Outro ponto importante é o fato de que aprender a cozinhar desenvolve hábitos alimentares saudáveis, posto que as crianças aprendem a escolher aquilo que querem comer. Nesse sentido, a chef Deborah enfatiza que a gastronomia é fundamental, porque aquilo que as crianças comem, inevitavelmente, reflete na vida adulta. Em outras palavras, aprender a cozinhar também significa aprender a se alimentar corretamente e, por consequência, se tornar um adulto mais saudável.
“Precisamos desmistificar a ideia de que cozinha não é lugar para criança. Os pequenos podem e devem estar na cozinha. Além das técnicas de como usar uma faca com segurança, como cortar os ingredientes, a gastronomia também ajuda a consolidar conhecimentos trabalhados pelos professores no ensino regular, como química e matemática”, esclarece.
Pensando nisso, a professora de gastronomia indica 5 benefícios da gastronomia para o desenvolvimento dos pequenos. Confira!
1. Desenvolve a socialização
Cozinhar é uma atividade coletiva. Na prática, as crianças se relacionam com colegas preparando as mesmas receitas, trocando ideias e ajudando uns aos outros, trabalhando em equipe. Ademais, depois que os pratos estiverem prontos, eles são saboreados até mesmo pelos pais. A interação com o trabalho conjunto, num ambiente lúdico e seguro, ajuda os pequenos a se relacionarem e a vencerem a timidez. Isso se reflete na capacidade de trabalhar em grupo na vida profissional quando forem adultos.
2. Fortalece os laços familiares
Pelo fato de as crianças aprenderem novas receitas, a tendência é que queiram treinar os pratos também em casa, ou seja, cozinhar para os familiares. Com a vida agitada, em que muitas vezes o pai e a mãe trabalham fora, estar junto na cozinha é um momento importante e divertido que fortalece os laços familiares. Outro ponto importante é quando a comida é servida. Preparar uma refeição que será compartilhada com todos é um momento de realização e orgulho para as crianças.
3. Melhora as relações de amizade
Como cozinhar é uma prática em conjunto, as crianças aprendem a compartilhar ideias e dividir as tarefas, ou seja, aprendem desde cedo a trabalhar em equipe para alcançar os desejados resultados. Isso melhora as relações de amizade. O aprendizado é transportado para o comportamento nos trabalhos em grupo na escola e até na vida profissional, quando os pequenos se tornam adultos.
4. Trabalha a organização
Além de prepararem comidas deliciosas, as crianças aprendem com a gastronomia a importância da organização. O sucesso de uma receita depende do senso de organizar ingredientes necessários, quantidades e ordem para acrescentá-los na receita. É aquilo que o jargão gastronômico chama mise en place, um termo de origem francesa que significa colocar em ordem.
5. Promove a independência
Ao passo que a criança aprende a cozinhar, ela se torna mais independente em diversos aspectos. Ao atingir uma determinada idade em que possa atuar sem supervisão na cozinha, saberá preparar as próprias refeições e se alimentar de forma realmente saudável.
Ainda, ela também aprende a escolher uma boa comida por conta própria e de forma consciente. Quando chegar o momento de morar sozinha, até mesmo por questões de ingresso na faculdade, saberá lidar com as necessidades de alimentação e sofrerá muito menos os impactos do desligamento com os pais.
Por Wagner Ribeiro
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