Certamente, tanto os homens quanto as mulheres devem manter hábitos saudáveis para preservar a estrutura do joelho. Isso porque essa é uma das principais articulações do corpo responsáveis pela movimentação e, consequentemente, uma das mais afetadas por lesões.
“É uma articulação grande, complexa e responsável pela sustentação do corpo e pela absorção de impacto, sendo muito demandada durante a movimentação”, explica o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
No entanto, pessoas do sexo feminino devem ter cuidados redobrado com essa área, pois lesões nos joelhos são mais frequentes em mulheres. Abaixo, o especialista explica por quê:
1. Anatomia
Homens e mulheres têm anatomias diferentes. “De maneira geral, as mulheres possuem uma bacia mais larga (ginecoide), tendem a ter joelhos valgos (arqueados para dentro) e apresentam um ângulo do quadríceps maior. Esses fatores causam alterações biomecânicas e de alinhamento, especialmente nos membros inferiores, aumentando assim a suscetibilidade das mulheres de sofrerem com condições como a condromalácia patelar, caracterizada pelo amolecimento da cartilagem da patela”, diz o especialista.
2. Menstruação
As flutuações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual possuem impacto significativo nas articulações. Isso faz com que a mulher seja mais ou menos propensa a lesões, dependendo da fase do ciclo em que se encontra.
“As articulações, assim como as cartilagens que as protegem, possuem receptores de estrogênio, hormônio que contribui para a manutenção da saúde dessas estruturas. Logo, quando os níveis de estrogênio sofrem alterações durante do ciclo menstrual, essas estruturas tornam-se mais frágeis. Pode ocorrer uma maior frouxidão dos ligamentos, o que favorece, por exemplo, a ocorrência de lesões do ligamento cruzado anterior (LCA)”, afirma o ortopedista.
3. Menopausa
A menopausa é outro fator na vida das mulheres que influencia a saúde das articulações, justamente por causar alterações hormonais. “Conforme a produção hormonal é alterada na menopausa e os níveis de estrogênio diminuem, as articulações ficam mais inflamadas, o que causa dor em regiões como mãos, joelhos e ombros e favorece o surgimento de condições, como a artrite e artrose”, acrescenta o Dr. Marcos. Ainda, ele afirma que essa alteração hormonal na menopausa também favorece a perda da massa óssea, levando à osteoporose e, consequentemente, aumentando o risco de fraturas e lesões no joelho.
4. Utilizar salto alto em excesso
Os saltos fazem parte do guarda-roupa de praticamente toda mulher. Todavia, o uso excessivo desses calçados pode prejudicar a saúde dos joelhos. “Ao usar um salto alto, a distribuição do peso ao caminhar é alterada, concentrando-se no joelho, o que acaba exigindo mais da articulação da região, favorecendo assim o desgaste, principalmente, da cartilagem da patela. Como resultado, há aumento do risco de condições como a condromalácia patelar e a artrose”, explica o médico.
Como prevenir lesões no joelho?
No caso do salto alto, é simples: “o ideal é evitar o uso desse tipo de calçado quando possível e, quando não, optar por opções com saltos mais baixos e bicos mais largos”, aconselha o especialista. Porém, a maior parte desses fatores não é modificável, afinal são características inatas das mulheres. Contudo, alguns cuidados gerais podem ser tomados para prevenir problemas no joelho, como:
Fazer alongamentos;
Controlar o peso;
Adotar uma alimentação balanceada;
Praticar exercícios de fortalecimento muscular;
Evitar a sobrecarga nos treinos e realizar os movimentos com técnicas adequadas e devidamente adaptadas para as características femininas.
“Especificamente tratando-se da menopausa, a reposição hormonal pode ser indicada, mas a avaliação deve ser feita caso a caso por um ginecologista”, diz o Dr. Marcos Cortelazo, que, por fim, alerta que, ao sinal de dor, inchaço ou dificuldade de movimentar o joelho, o mais importante é buscar ajuda de um ortopedista para receber o diagnóstico e tratamento adequado.
Por Maria Claudia Amoroso
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